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Foto do escritorRuth Mattos

Às filhas que amo, Clarissa e Fernanda

Tenho a certeza do que é o amor quando recupero em mim o que construí em minhas filhas e com elas. Fala-se de amor, em muitos casos com certa banalidade e, por isso, às vezes nos tornamos reféns de ditos e sensos comuns que terminam por não valorizar aquilo que de mais sagrado e forte existe na vida.


Para mim, a maternidade é um dos meus maiores exemplos de amor. Significa olhar para minhas duas filhas e admirá-las genuinamente. Encontrar em cada uma o que têm de melhor para oferecer ao mundo. Reconhecer que eu as amo porque as quero exatamente como são. Sentir o amor na centelha do Deus que nos proporciona a convivência e o carinho da vida em comum. E assim, como posso não reconhecer que elas são a maior expressão do amor na minha vida? Impossível.


São constantemente formas de aprendizagem e de busca de simbolismos e significações que nem sempre consigo entender. O amor, do qual eu falo, não é apenas representado pelos afetos e carinhos que compartilhamos, mas principalmente pelo que me proporcionam com suas identidades tão pessoais e fortes, cada uma desejando se impor como mulher, como pessoa, únicas. Às vezes paro, olho, tento interpretar o que são. Claro, nem sempre consigo, mas somente este exercício já me daria a suficiente razão de ser, de existir.


Os frutos de tudo que estamos vivendo por aqui vão chegar às próximas gerações. Não pararão em nós, não ficarão conosco, porque estão muito além do que somos, do que estamos buscando encontrar como mãe e filhas. Estes frutos vão produzir muito além do que imaginamos. Tenho certeza que os desdobramentos do nosso amor serão infinitos e passarão para os que virão de nós.


Quero continuar experimentando viver este amor no respeito que tenho por cada uma, no desejo de estar ao lado delas na passarela da vida. Quero poder segurar a mão delas, mesmo sem que percebam. Quero continuar aplaudindo e, acima de tudo, estar acalentando a esperança de que nunca irão desistir de serem mulheres fortes, corajosas e sábias, que por terem todo o brilho que a vida já lhes proporcionou irão trazer mais e mais pessoas para este lugar tão bonito e feliz em que se encontram. Ao lado delas eu desejo que as pessoas se sintam alegres, e queiram estar juntas e compartilhando vidas grandiosas.


Espero que elas sempre possam ouvir o barulho dos meus aplausos nos dias alegres ou quando se sentirem assustadas com algo na vida, e possam lembrar dos gritos de “vamos lá”, “coragem”!


Como mãe, de algum modo estarei por perto.


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